28 de maio de 2023

As 3 virtudes teologais do Espírito Santo e Os 12 frutos do Espírito Santo

 Os 12 frutos do Espírito Santo



As virtudes podem ser HUMANAS e TEOLOGAIS. Nós cultivamos e usamos as virtudes humanas para conviver bem com as outras pessoas, no meio da nossa família, na nossa comunidade e no mundo, enfim. Também devemos cultivar as virtudes teologais no nosso relacionamento com Deus.


Quando recebemos o Sacramento do Batismo é infundida em nós a graça santificante, que nos torna capazes de nos relacionar com a Santíssima Trindade e nos orienta na maneira cristã de agir. O Espírito Santo se torna presente em nós, fundamentando as virtudes teologais, que são três: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE.


PRIMEIRA VIRTUDE: A FÉ

Cultivando a fé, acreditamos no Deus Criador, que é o Pai, no Deus Salvador, que é Jesus Cristo e no Deus Santificador, que é o Espírito Santo. Cultivando a fé, compreendemos que o Altíssimo é uno e trino e que tudo isso nos foi revelado nas Sagradas Escrituras. Cremos, então, que Deus é a verdade.

 

No dia a dia, nós usamos muito a fé. Temos fé nas pessoas, às vezes até em pessoas em quem não sabemos se podemos confiar. Por exemplo: ninguém pode ser testemunha do seu próprio nascimento, mas a fé que nós cremos nos pais ou no cartório que fez o registro nos faz acreditar na data e no local do nosso nascimento. Do mesmo modo, quando entramos em um ônibus ou em um avião, acreditamos que o motorista ou o piloto são habilitados para nos transportar e nós nem os conhecemos, mas acreditamos neles.

E Deus, que criou todas as coisas e nos deu a faculdade de pensar, de raciocinar, de acreditar? Temos muito mais motivos para acreditar n’Ele, para confiar n’Ele, para nos abandonar livremente em Suas mãos.


A fé que devemos cultivar em relação a Deus é muito mais segura do que a fé que naturalmente temos nas pessoas. Assim, pela fé, cremos no Todo-poderoso e em tudo o que Ele nos revelou. Ele se revela sempre a nós. Primeiro pelos Profetas, depois, através de seu Filho, que é a Sua Palavra. Ele se revela também através do testemunho dos Apóstolos. E, constantemente, através dos acontecimentos da história da humanidade e da história de cada um de nós.


A criança tem uma fé sem limites na mãe, desde muito pequena, porque foi ela quem a gerou, a amamentou, ensinou-lhe a andar e a falar.


E Deus, que preparou um mundo maravilhoso para nós e nos colocou como centro desse mundo?… É forçoso que confiemos n’Ele, com total confiança. Precisamos procurar conhecer a vontade do Pai e realizá-la em nós, porque, como diz São Paulo, em sua Carta aos Gálatas (cf. Gl 5,6), a fé age por amor.


Mas não basta que nós cultivemos a fé. Esta, quando verdadeira, exige ação. Quando temos um amigo, não basta que gostemos dele. Devemos dar-lhe atenção, ajudá-lo quando necessário e possível, e ajudar também as pessoas que ele ama. Se não for assim, a amizade e a confiança não são verdadeiras.


Com Deus, é do mesmo modo. De que adianta a pessoa acreditar n’Ele e não fazer nada para melhorar o mundo que Ele criou com tanto amor? Santa Teresa de Calcutá dizia: “Eu sei que o meu trabalho é como uma gota no oceano, mas, sem ele, o oceano seria menor”. E São Tiago, em uma carta, nos diz que “a fé sem obras é morta “(cf. Tg 2,26).


A fé nos leva, portanto, a praticar a justiça em tudo que fazemos.


SEGUNDA VIRTUDE: A ESPERANÇA

A Esperança é a virtude que nos ajuda a desejar e a esperar tempos melhores em nossa vida aqui na terra e a ter a certeza de que conquistaremos a vida eterna, que será a nossa felicidade.


Muitas vezes, passamos por momentos difíceis e achamos que nossa vida não tem solução. O mundo hoje está muito violento e cheio de catástrofes. A cada dia, assistimos na televisão e até bem perto de nós, cenas de maldade, agressões, violência. E assistimos também a tragédias provocadas por desastres da natureza.


Precisamos refletir sobre tudo o que está acontecendo, encontrar onde está a falha e buscar uma solução. Sozinhos, não somos nada, mas, com Deus, tudo podemos. A esperança nos leva a tentar vencer os obstáculos.


No Antigo Testamento, a esposa de Abraão era estéril, mas o Senhor lhe prometeu uma descendência mais numerosa do que as estrelas do céu e todo o povo de Deus constitui a sua descendência, porque Sara, sua esposa, concebeu na velhice e gerou seu filho, Isaac.


No Novo Testamento, o anjo do Senhor anunciou a Virgem Maria que ela seria Mãe de um rei. E ela, de início sem compreender o que anjo falara, se prontificou a cumprir a vontade do Pai. Sofreu muito, meditando tudo no silêncio do seu coração. Esperou, esperou contra toda esperança e foi elevada aos céus e coroada Rainha dos anjos e dos santos, Mãe de Deus e Mãe da humanidade.

Seu Filho não foi aquele rei rico em coisas materiais, como nós imaginamos, no nosso mundo serem os reis. Mas Ele mesmo disse: “O meu reino não é deste mundo”. E Ele é o Rei dos Reis e ao som do Seu nome se dobram todos os seres do céu, da terra e sob a terra. Somos, por meio de Cristo, herdeiros da esperança de vida eterna.


TERCEIRA VIRTUDE: A CARIDADE

A Caridade é amor. São palavras sinônimas. A Caridade não é somente procurar uma moedinha no fundo da bolsa e jogá-la na latinha de quem pede. A Caridade não é somente ofertar um prato de comida a quem tem fome. A Caridade não é somente tirar do nosso guarda-roupa um vestido, uma blusa, um sapato ou qualquer objeto que não usamos mais e dar a quem nada tem. A Caridade é amor. É conhecer a dor da pessoa que vive perto de nós, quer seja na nossa família, na comunidade ou mais distante. Conhecer a sua dor e procurar com ela resolver o seu problema.


A Caridade é dar um “bom dia”. É sorrir para uma criança indefesa, para um jovem, às vezes desorientado, para um idoso que carrega seu fardo com dificuldade.


A caridade, o amor é a virtude perfeita. Neste mundo, precisamos ter fé, esperança e amor. Precisamos ter fé e esperança porque aqui estamos caminhando nas trevas, isto é, acreditamos em algo que não vemos com os nossos olhos humanos e limitados. Mas cremos na aurora que dissipará essas trevas e, quando alcançarmos a vida eterna, a fé e a esperança já não serão necessárias, porque já estaremos diante do Pai.


Entretanto, o amor permanece, porque Deus é amor e, se estamos diante d’Ele, também somos amor.


Por isso é que São Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, termina o capítulo 13 dizendo: “Agora, portanto, permanecem três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas é o amor”.


Os Frutos do Espírito Santo são :


1º – Caridade

É o amor a Deus acima de todas as coisas e aos outros por causa de Deus. E é o maior dos dons porque não desaparece: existe para além da morte. O Céu, afinal, vive no amor: “A fé e a esperança desaparecerão, mas o amor jamais desaparecerá” (1 Cor 13,8).


2º – Alegria

É caracterizada pelas emoções interiores de profunda satisfação espiritual que o Espírito Santo derrama no coração e na alma. Não há palavras que possam descrever a alegria que provém do Espírito Santo.


3º – Paz

Não se trata de mera sensação externa, mas da suavidade interior que Jesus mencionou aos Seus apóstolos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz; não como o mundo a dá, mas como Eu a dou” (Jo 14, 27). Jesus é a própria paz e suavidade da alma.


4º – Paciência

A paciência é o fruto essencial para que o cristão persevere na fé e suporte as adversidades, as doenças, as contrariedades e as perseguições. O cristão paciente dificilmente é demovido. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra Deus, aceita os desafios sem se turbar porque sabe que até do mal pode vir o bem.

Definimos a seguir, em poucas palavras, cada um dos 12 frutos do Espírito Santo:



5 – A Bondade

É querer e fazer o bem às pessoas de modo gratuito e sincero, sem segundas intenções, sem interesses, sem esperar nada em troca. A pessoa que ama verdadeiramente faz o bem, pois o amor se derrama em atos de bondade.


6 – A Benignidade


Parte da bondade, mas a concretiza no fazer generoso. A benignidade vai além da obrigação, da simples justiça: é fazer ainda mais bem do que o meramente necessário.


7 – A Longanimidade

Relaciona-se com magnanimidade, com a grandeza de espírito. É um fruto sobrenatural que dispõe a alma a esperar sem se amargurar, mesmo nos momentos mais difíceis. É o perseverar nos caminhos de Deus apesar de quaisquer adversidades e dificuldades.


8 – A Mansidão

É associada à humildade e à paciência. Jesus disse: “Vinde a Mim, que Sou manso e humilde de coração, que Eu vos aliviarei. Vinde a Mim, que o meu jugo é suave e a minha carga é leve. Vinde a Mim todos vós que estais sobrecarregados porque Eu vos aliviarei” (Mt 11, 28-30). É um grande convite do Sagrado Coração de Jesus a imitá-lo! A mansidão vai contra a ira e contra o ódio.


9 – A Fé

Além de ser fruto do Espírito Santo, a fé é uma das virtudes teologais. É um dom fundamental: sem ela, nos desesperamos e desanimamos ao longo da jornada de altos e baixos por esta vida. Sem a fé, o cristão duvidaria, desistiria e deixaria de praticar o bem. A fé mantém o cristão firme no meio dos desafios. Ela própria, no entanto, precisa ser conservada e protegida. E é a oração, o contato com Deus, o que aumenta e protege a fé.


10 – A Modéstia

É o pudor que acompanha todo cristão consciente de que nele habita Deus. Consiste no respeita a nós mesmos como templos do Espírito Santo, o que inclui o respeito ao nosso próprio corpo e à sua discreta preservação de exibicionismos, vulgaridades e reducionismos a uma simples mercadoria consumível. Podemos, é claro, vestir-nos com elegância e cuidar bem da nossa aparência e forma física, mas por pudor e respeito próprio e não por futilidade e vã sensualidade.


11 – A Continência

Torna o ser humano equilibrado, controlando os apetites dos prazeres físicos. É saber dominar e ser senhor de si mesmo em relação aos instintos do corpo.


12 – A Castidade

É o fruto que leva o homem e a mulher a manterem a pureza do corpo e, consequentemente, da alma, praticando com alegria e plenitude o sexto e o nono Mandamentos: guardar castidade nas palavras e atos e também nos pensamentos e desejos. Não se trata apenas de abster-se, mas de elevar-se por sobre os instintos sexuais.

 

 

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